PM prende ex-presidiário portando cocaína e maconha em Simão Dias
20 de julho de 2015PM aborda motociclistas e apreende armas no Agreste sergipano
21 de julho de 2015O Sistema de Monitoramento e Estatística de Ocorrências Policiais, conhecido como Íris, registrou no primeiro semestre de 2015 em Sergipe, 416 boletins de ocorrência relacionados ao tráfico de entorpecentes e suas variantes: como o uso/porte; fabricação; associação; financiamento ou custeio; e colaboração como informante. Ressalta-se que aqui não estão listados os crimes conexos ao tráfico de drogas, como o furto e roubo para aquisição da droga, homicídios por dívida de tráfico ou o consumo por menores de idade.
Para fazer frente a índices preocupantes, foi implantado no país, na décadade 90, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). A versão brasileira do programa norte americano DARE – Drug Abuse Resistance Education, tem como objetivo prevenir e reduzir o uso indevido de drogas e a violência entre estudantes, bem como ajudá-los a reconhecerem as pressões e a resistirem a elas.
Ao todo, desde o ano 2000, quando foi implantado aqui em Sergipe, já foram atendidos mais de 62 mil alunos em escolas das redes pública e particular, tanto na capital como no interior. Só para o 2º semestre de 2015 estão previstas parcerias com 18 escolas de Aracaju, 13 escolas da Grande Aracaju e nove do interior. Estas escolas serão atendidas por 29 policiais que se colocaram, de forma voluntária, à disposição para aplicar o currículo do 5º ano do ensino fundamental.
Segundo a coordenadora estadual do Proerd, capitã Adriana Littig, o programa consiste em uma ação conjunta entre o policial militar devidamente capacitado, chamado Policial Proerd; professores; especialistas; estudantes; pais e comunidade, no sentido de prevenir e reduzir o uso indevido de drogas e a violência. “Sendo uma atividade educacional preventiva, o Proerd é mais um fator de proteção desenvolvido pela Polícia Militar para a valorização da vida, que busca contribuir para o fortalecimento da cultura da paz e a construção de uma sociedade mais saudável, feliz e, principalmente, mais segura”.
Ao analisar os resultados qualitativamente percebe-se que são incutidos nos jovens valores que vão além da teoria. “Tentamos ensiná-los a tomarem decisões seguras e responsáveis, sendo capazes assim, de fazer escolhas saudáveis não somente sobre drogas, mas em todos os aspectos de suas vidas. À medida que os jovens forem educados para se tornarem cidadãos responsáveis, consequentemente conduzirão suas vidas de forma mais produtiva e livre de drogas e de situações de violência.”, explicita o sargento Ismael Vieira, auxiliar da coordenação do Proerd.
A visão da escola
Uma das propostas do programa é aproximar a polícia da comunidade, de forma que a escola perceba a importância do trabalho preventivo realizado pela PMSE, e que visualize a perspectiva de um trabalho em rede com todos os atores de proteção à criança e ao adolescente.
A diretora da Escola Estadual Albano Franco, Otília Ferreira, situada no bairro Santa Maria, reconhece no trabalho dos policiais militares a importância da prevenção. “Numa comunidade com grande histórico de violência, a escola abraçou o programa e os resultados foram imediatos. Com um forte trabalho de conscientização e combate ao uso de drogas, o Proerd foi porta de entrada para a implantação na escola de outros programas da Secretariade Segurança Pública, como o Desarme-se e o Polícia Cidadã: Minha Escola Mais Segura”, detalha.
A visão do aluno
De acordo com a coordenação do Proerd, os alunos inicialmente estranham a presença da PMSE e o tipo de abordagem utilizado, pois a imagem que possuem da polícia, na maioria das vezes, é o do papel repressivo. Entretanto, à medida que os laços se estreitam os alunos desconstroem os preconceitos e passam a enxergar a polícia como um fator de proteção e amizade, além de uma referência de positividade. A empatia passa a fazer parte do repertório comportamental dos educandos.
José Lourenço, pai da aluna Raquel, 10, na Escola Estadual Coelho Neto, amplia esta visão. “Um dos problemas em comunidades carentes é a falta de opção. Falta lazer, esporte. Falta aos nossos jovens ocupação e conhecimento. É interessante o trabalho preventivo educativo, ele além de explicar as crianças na faixa etária de minha filha o que são as drogas e seus efeitos, também ensina a resistir. Minha filha nunca foi abordada para usar, mas sei que está pronta quando este dia chegar.”
Formatação do Curso
Atualmente, o programa conta com quatro cursos voltados para faixa etária e grupos específicos como a educação infantil e os anos iniciais; os 5º e 7º anos do ensino fundamental; e por último e não menos importante, o comunitário, direcionado a pais e responsáveis.
Os encontros aumentam, à medida que aumenta a capacidade de percepção e entendimento de mundo das crianças e adolescentes. Variando de 2 a 10 encontros trimestrais, são dedicados aos pais e responsáveis 4 encontros.
Serviço
O processo para adesão escolar normalmente é feito por meio de ofício ao comandante geral da Polícia Militar. Posteriormente, membros da Coordenação Proerd visitam a escola e estabelecem o contato inicial, seguido de aplicação do programa. Outras vezes, os membros visitam escolas em áreas vulneráveis e apresentam a proposta à equipe diretiva do estabelecimento de ensino. Atualmente, o núcleo de atendimento do Proerd está localizado no Quartel do Comando Geral (QCG), situado na rua Itabaiana, 336, Centro de Aracaju.
Fonte: Ascom SSP/SE