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3 de junho de 2016O cheiro das comidas típicas, o toque da sanfona e o clarão das fogueiras já passeiam pelo imaginário popular, anunciando que o mês mais expressivo para o nordestino chegou. Para entrar no clima, voltamos os holofotes para o soldado Glaubert, premiado músico sergipano, que, na vida civil, é destaque nos palcos, por levar ao público o melhor do autêntico ritmo que embala o coração de tantos sergipanos: o forró.
O recruta Glaubert dos Santos Messias, que está na Corporação há cerca de um ano e 10 meses e hoje atua no Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRv), tem apenas 25 anos de idade, mas já possui vasta experiência musical. Filho do saudoso sanfoneiro Ismael, Glaubert foi apresentado ao acordeon pelo próprio pai, de quem herdou, não só a veia musical, mas a paixão pelo instrumento.
Ainda criança, com apenas 10 anos, o policial conheceu o teclado, mas, o sangue de forrozeiro pulsou nas veias e o desejo de tocar sanfona veio à tona, conduzindo-o à Escola de Artes Valdice Teles, onde, aos 16 anos, iniciou os estudos de acordeon e Teoria Musical. Coroando o período, em 2007 o músico passou a fazer parte da Orquestra Sanfônica de Aracaju, grupo que integra até hoje.
No ano seguinte, o reconhecimento chegou na forma de premiação, pois Glaubert recebeu o Troféu Sanfona de Ouro pelo destaque como sanfoneiro no São João de 2008. Firmando os passos no caminho do forró, o PM começou a somar o talento com tantos outros renomes da música sergipana. “Já trabalhei com alguns artistas sergipanos, como Rogério, Heitor Mendonça e Rubens Lisboa. Até o ano passado, integrava o grupo do meu pai, Ismael e os Filhos do Nordeste”.
Para perpetuar o legado deixado por Seu Ismael, que faleceu no ano passado, o caçula da família vem construindo a carreira solo, em parceria com o irmão mais velho, que é baterista e percursionista. No momento, o artista ainda segue compartilhando o dom da música. “Atualmente, acompanho os cantores Sergival e Antônio Carlos Du Aracaju e sigo com o meu trabalho solo, como Glaubert do Acordeon”.
Atento à busca pelo aperfeiçoamento profissional, o soldado não se descuida e tenta manter uma rotina semanal de estudos. “Se o músico não treinar, pode acabar
ficando um pouco fora de forma, assim, a depender do trabalho que estou executando, normalmente, em decorrência da correria, treino, pelo menos, três vezes por semana”, frisa o recruta.
Também ciente da importância de conciliar a profissão com o amor pela sanfona e o forró, o policial procura equilibrá-los em sua rotina. “Como eu sigo uma linha mais cultural, o mês mais agitado quanto a shows é junho. Diante disso, é mais fácil conciliar, por se tratar de apenas um mês. Já no restante do ano, faço um sacrifício aqui, outro ali e vou ajustando os horários”.
Como bom forrozeiro, Glaubert do Acordeom tem como inspiração musical o próprio pai, seu Ismael; Luiz Gonzaga; Dominguinhos; Jackson do Pandeiro, entre tantos outros mestres. Já no campo pessoal, o PM tem como Norte a família. “Eu me espelho nos meus pais, que, vindos de famílias muito humildes, puderam se doar ao máximo na nossa educação. O meu pai é meu ídolo, não só na música, como na vida. Infelizmente, há aproximadamente oito meses, em virtude de um problema de saúde, ele nos deixou, mas eu continuo seguindo o seu legado, juntamente com o meu irmão”.
Para o futuro, o talentoso policial militar almeja a contínua difusão da sua arte, seja por meio dos laços sanguíneos ou dos palcos. “Não tenho filhos, mas, se um dia tiver, pretendo apresentá-los, não só ao acordeom, mas também ao forró. Eu quero poder levar minha música, o forró autêntico, para mais pessoas, podendo, desta forma, ajudar a preservar a nossa identidade cultural, que, nos dias atuais, vem ficando cada vez mais distante”.
Troféu Sanfona de Ouro
A premiação local homenageia artistas, quadrilhas juninas e veículos de comunicação que contribuem para a disseminação e valorização da cultura sergipana, durante os festejos juninos do menor estado da Federação.
Acordeon
O acordeon foi desenvolvido por volta de 1829 em Viena (Áustria) por Cirilus Demian. Anteriormente, houve várias construções mais rudimentares até o seu aprimoramento. Os primeiros registros da presença do instrumento no Brasil aparecem mais de 30 anos depois de sua fabricação e são do tempo da guerra do Paraguai, que ocorreu por volta de 1864.
A sanfona brasileira é “parente” da concertina inglesa (acordeon cromático de botão com 120 baixos). Denominada acordeon, foi patenteado em Viena, em 1829, mas só adquiriu o teclado 20 anos depois. Chegou ao Brasil, onde o fole de oito baixos do Nordeste já fazia história. Também se espalhou rapidamente pelo centro–oeste e sul do Brasil.
Com informações do Blog do Acordeon