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1 de dezembro de 2025Pioneiras romperam barreiras em 1989 e hoje consolidam um legado de liderança e profissionalismo na segurança pública de Sergipe
Há 36 anos, a Polícia Militar de Sergipe passava a contar com a coragem e a resiliência das mulheres na missão de preservar a ordem pública. As pioneiras, com sua determinação, romperam barreiras e ingressaram na Corporação no dia 20 de fevereiro de 1989, escrevendo as primeiras linhas desta história de conquistas.
O ingresso das primeiras mulheres na Polícia Militar de Sergipe, através dos concursos para o Curso de Formação de Oficiais (CFO) e de Sargentos (CFS), marcou o início de uma trajetória de conquistas e pioneirismo. Nesse cenário, destacam-se as coronéis Rita de Cássia Silvestre e Fátima Cristina Fontes, que não apenas seguiram carreira, mas alcançaram o mais alto posto da corporação, o coronelato, abrindo caminho para outras notáveis oficiais como as coronéis Diele, Valéria e Araci.
As coronéis Rita e Fátima foram as primeiras a ingressar na academia, simbolizando um marco na história da Instituição. A trajetória da coronel Rita de Cássia Silvestre é particularmente notável, tendo ocupado a mais alta função já exercida por uma mulher na PMSE: a de subchefe do Estado Maior Geral. Antes de passarem para a Reserva Remunerada, essas oficiais consolidaram um legado de competência e liderança.

Paralelamente, as sargentos Carmelita Dantas e Joanete Dias também fizeram história. Elas concluíram seu curso de formação no Estado do Pará e, ao retornarem a Sergipe, foram reconhecidas como as primeiras praças femininas da Instituição, completando um capítulo fundamental da inserção e ascensão da mulher na Polícia Militar de Sergipe.
Em 1991, a PMSE formou suas primeiras policiais em território sergipano, no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap), em Aracaju. Das seis sargentos que concluíram o curso, três permanecem em atividade até hoje: a tenente-coronel Evangelina de Deus Santos e as capitãs Marlene e Denise.
Um marco significativo ocorreu em 1993, com a admissão de 49 mulheres por meio do primeiro concurso para soldados que previa vagas para o sexo feminino. A tenente Cândida Rosa, integrante daquela turma histórica, carrega o orgulho de ter sido uma das soldados pioneiras em Sergipe. “Dentro de um pelotão composto apenas por mulheres, enfrentamos muitos desafios e cobranças, todos superados pelo amor à profissão, mesmo arriscando a própria vida, como juramentado na conclusão do curso”. Ela complementa: “apesar das lutas diárias, nós somos guerreiras e sempre encontramos força em Deus para enfrentar as batalhas com sabedoria, acreditando em dias melhores na carreira profissional”. Atualmente, a militar atua no Hospital da Polícia Militar (HPM).

A tenente Adriana Ferreira, também aprovada no concurso de 1993, ressalta os avanços conquistados ao longo de seus 26 anos de serviço. “Nesse tempo, muitas coisas mudaram. Somos uma geração de pioneiras que segue na luta por mais reconhecimento, tanto na sociedade quanto dentro da Instituição. Somos também mulheres que batalham por nossas famílias e por um mundo onde se preserve a educação, o respeito e os valores humanos”, afirmou.
Atualmente, 706 mulheres fortalecem os quadros da Polícia Militar de Sergipe, ocupando todas as graduações, desde soldado – porta de entrada para as praças –, passando por cabo, sargento e subtenente, até o oficialato superior.

A major Belisa França, subcomandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), personifica esses avanços, demonstrando a capacidade feminina de assumir funções de alta complexidade e liderança, tanto no âmbito operacional quanto administrativo. “Exercer funções de comando em uma unidade de Operações Especiais é uma atribuição bastante desafiadora, independente do gênero. E ser mulher torna essa missão um pouco mais complexa pessoal e profissionalmente. Particularmente, encaro como uma grande oportunidade de trabalhar por essa unidade tão valiosa, construir um legado técnico e inspirar outras policiais militares femininas em qualquer função dentro da Corporação.”

A trajetória da sargento Verônica Gonçalves é outro exemplo de superação. Primeira mulher a concluir com sucesso o desafiador Curso de Operações Policiais em Área de Caatinga (Copac), ela prova que hoje nenhuma barreira é intransponível. “Nos dias atuais, nenhuma barreira impede que as militares se candidatem a cursos operacionais e consigam trabalhar de maneira efetiva nas unidades especializadas da polícia”, afirma. Desde que ingressou na PMSE, em 2005, Verônica participou de diversos cursos operacionais dentro e fora do estado, inclusive integrando a Força Nacional e estagiando no Amazonas.
Com o objetivo de democratizar ainda mais o acesso à Polícia Militar, o Governo do Estado obteve a aprovação do Projeto de Lei nº 303/2024, que alterou a legislação referente ao efetivo da corporação de Sergipe. Com a nova regulamentação, não há mais qualquer tipo de restrição à participação de candidatas do gênero feminino nos concursos públicos para a Polícia Militar de Sergipe. O texto foi aprovado na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) em agosto de 2024.
Ao longo de mais de três décadas, as mulheres da PMSE conquistaram seu lugar com honra, trabalho incansável e dedicação, arriscando suas vidas diariamente por um Sergipe mais seguro e harmonioso. Suas trajetórias de coragem e profissionalismo são fundamentais para a segurança pública do Estado de Sergipe.















