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Às Operações Especiais, como o próprio nome diz, são operações que devem ser conduzidas por unidades especialmente organizadas, treinadas e equipadas, que empregam capacitações militares específicas, não encontradas nas unidades convencionais. O conceito já era bastante difundido no ano de 1995, quando o soldado José Johns dos Santos, na época com 21 anos, ingressou na Polícia Militar de Sergipe. Naquele momento, o recruta ainda não havia assimilado por completo o que representava uma unidade de Operações Especiais, até o momento em que observou outros militares passarem pelo Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças equipados com uniformes e armamentos diferentes dos que ele estava acostumado a observar em outras unidades.
“Quando eu vi os colegas passarem com aqueles uniformes e armamentos diferentes, imaginei que se tratava de uma unidade diferenciada. É algo difícil de explicar. Nós apenas vivemos e sentimos. Somente quem vive o processo para se tornar um agente de Operações Especiais pode entender”, comentou Johns.
Apesar do despertar precoce para a vocação de Operação Especiais, antes de ingressar na Unidade Especializada, em 2000, Johns atuou em diversas companhias e batalhões, onde construiu uma trajetória marcada pela disciplina, lealdade e excelência operacional.
“Eu iniciei atuando no serviço conhecido pelos mais antigos como ‘pedra’, ou dupla Cosme e Damião, para os mais novos. Posteriormente fui lotado na Companhia de Polícia Rodoviária Estadual (CPRV), Hospital da Polícia Militar (HPM) e Radiopatrulha”, citou o lendário sargento.
Passadas quase três décadas de uma carreira dedicada pelo compromisso com a segurança pública dos sergipanos, o 2º sargento Johns, atualmente com 51 anos de idade, se destaca como um dos nomes mais respeitados do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar de Sergipe. Ele passou a integrar a linha de frente da unidade especializada no ano de 2004, quando concluiu o Curso de Operações Especiais, uma das formações mais exigentes da segurança pública. Desde então, passou a atuar em ocorrências de gerenciamento de crises e desmantelamento de organizações criminosas, sendo elogiado por suas atuações técnicas e decisivas. Jamais recuou diante do perigo quando o dever o chamava.
Inspiração
Colegas de farda o definem como um profissional firme, justo e apaixonado pelo que faz. Para os mais novos, é um mentor, dedicado à tríade que define os guerreiros de Operações Especiais: treinar, instruir e operar. Para os superiores, uma peça fundamental na engrenagem da segurança pública do estado, principalmente no que se refere à atuação no Bop da PMSE, onde ajudou a construir uma reputação de excelência e confiança.
Irmandade
Os militares das Forças Especiais, desde a sua formação, desenvolvem atributos e crenças que os tornam fortes o suficiente para superar as adversidades inerentes às missões destinadas às tropas constituídas por esse universo. Disciplina, maturidade, profissionalismo e irmandade são algumas das características que conferem a esses homens e às Forças de Operações Especiais posição de destaque.
“Eu costumo falar que a gente passa mais tempo com os irmãos de farda (caveiras, operadores) atuando em situações complexas do que com a própria família. São momentos críticos, de dificuldade e superação, que criam um grande laço de irmandade, independentemente de postos e graduações. Operações Especiais para mim representa pertencimento. É um estilo de vida”, observou o 2º sargento Johns.
Apoio da família
Casado e pai de três filhos, o sargento Johns considera o apoio da família essencial na jornada complexa de um agente de operações especiais. O militar sabe como é difícil conciliar as demandas trabalho/casa, mas tem no seio familiar o suporte necessário para o enfrentamento dos desafios diários, como comprova a sua esposa, Susana Gardênia.
“Ele é muito reservado, não é de falar muito dos seus sentimentos, mas, do jeito dele, ele consegue demonstrar todo o carinho pela família. Somos cristãos, e , por conta disso, sempre que ele é acionado para atender uma ocorrência, peço para que ele nunca esqueça de fazer uma oração antes de sair”, disse.
Suzana ainda explicou que o fato de ser esposa de um militar de Operações Especiais não interfere na relação do casal. De acordo com ela, o sargento Johns não carrega vaidades por titulações de cursos ou graduações. Na convivência diária, é apenas Johns.
Diante disso, ela deixa claro que o afeto que mantém com o esposo faz dele um homem inconfundível. Seja no ambiente familiar, seja no cumprimento do trabalho, ela sempre reconhece o companheiro.
“Quando acompanhamos as imagens de alguma Operação Especial pelos meios de comunicação, sempre reconheço o meu esposo. Mesmo com a utilização dos diversos equipamentos, como balaclavas e luvas, eu consigo identificá-lo pelos olhos, ou simplesmente pelo formato das mãos”, enfatizou.
Bastante emocionada, Suzana concluiu afirmando que sente orgulho de estar tanto tempo ao lado de alguém que sai de casa com o propósito de proteger vidas, mesmo arriscando a própria.
“São os nossos verdadeiros heróis. A gente entrega para a sociedade um pai, um esposo, um filho, um irmão, e não temos a certeza de que eles vão retornar para casa da mesma forma que nós estamos entregando. É uma profissão onde muitas vezes é necessário colocar a vida em risco em prol da sociedade, mas que nem sempre é reconhecida por essa mesma sociedade”, afirmou.
Parabéns, sargento Johns! Que a sua trajetória continue a inspirar gerações e a fortalecer o espírito de quem escolhe proteger e salvar vidas.
Polícia Militar de Sergipe, patrimônio do nosso povo!