Soldado da PMSE conclui curso de Operações Especiais do Bope do Distrito Federal

Foi provando a todo instante um dos lemas mais conhecidos dos “Caveiras”: “A vontade acima das possibilidades”, que o soldado da Polícia Militar de Sergipe, Diego da Silva Santos, conseguiu se formar no XVI Curso de Operações Especiais (COEsp), ministrado pelo Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Distrito Federal.

O curso começou em 22 de abril, com um total de 50 alunos e, após cinco meses intensivos de instruções teóricas e práticas, finalizou com 24 formandos, dentre eles o policial militar sergipano criado no município de Carira, o Caveira 50, que recebeu o tão ambicionado brevê das mãos do sargento da PMSE, Everton Vinícius, durante solenidade realizada no dia 16 de setembro, em Brasília. “Aqui em Brasília eu pude acompanhar de perto toda a persistência, foco e vontade de vencer de Silva Santos, isso desde o início da jornada dele no COEsp, pois ainda no Teste Físico de seleção presenciei literalmente “A vontade acima das possibilidades”, declarou o sargento Vinícius (Caveira 25).

De acordo com o soldado Silva Santos, a preparação específica para o Coesp começou em 2015, ano em que ele ingressou como soldado na PMSE. “Foram setes anos focados no objetivo de me tornar um Caveira. Isso sem considerar todas as dificuldades que já enfrentei na vida, que me prepararam para superar meus limites.”

Após uma dura rotina de treinos físicos e técnicos, contando com o apoio e a orientação de amigos policiais e caveiras, a exemplo do sargento Abel e do sargento J. Souza, formado em 2008 no Coesp do Bope/PMDF, Silva Santos alcançou os rigorosos índices de testes físicos exigidos para ser matriculado no curso.

As instruções tiveram início com a fase Rústica. “Nessa primeira etapa as instruções mais duras e que exigiram mais persistência foram Sobrevivência, Natação Utilitária e Patrulhamento Rural. Apesar da rusticidade, essas três disciplinas continham muita informação técnica para serem absorvidas. É importante ressaltar que o curso promovido pelo Bope/PMDF sempre foi considerado um dos cursos policiais mais técnicos do país. Para se ter uma noção da dimensão desse COEsp, foi investida pelo governo do DF a quantia de 292 mil reais por aluno. Esse investimento possibilitou, por exemplo, que cada formando efetuasse um média de 3 mil disparos em cada calibre de arma utilizada pelo Bope”, afirmou.

Na segunda fase do Coesp, classificada como Técnica, o soldado sergipano evidenciou, entre as diversas instruções, Operações Químicas, Salvamento Aquático, Montanha, Ações Táticas Especiais, Atendimento Pré-Hospitalar (APH), e Inteligência Policial, além de Armamento e Tiro, ministrada pelo capitão Rogério Nogueira, uma das maiores referências de tiro policial do Brasil (autor do livro: Tiro de Combate e Sobrevivência Policial”).

Durante a última etapa foram desenvolvidas uma série ações práticas simuladas e reais, incluindo Planejamento de Operações, Paraquedismo Operacional, Patrulhamento Urbano no Rio de Janeiro, Patrulhamento em Ambiente Rural na Bahia e Operações Subaquáticas.

“Ao longo do curso fomos submetidos a diversas situações que nos levaram ao limite do cansaço físico e mental, sendo que justamente nesses momentos mais difíceis, tínhamos que apresentar alto rendimento. Enfim, essa cobrança tinha o objetivo de nos capacitar para operarmos em condições extremas, é isso que se espera de um policial formado em Operações Especiais.” Enfatizou Diego da Silva Santos.

Ao retornar para Sergipe, o Caveira 50 trouxe na bagagem muita experiência e qualificação com as mais atuais técnicas e táticas de resolução de ocorrências complexas. Além de preparado para contribuir com instruções e treinamentos das forças policiais do estado, ele voltou a trabalhar muito mais capacitado para atuar em resgate de reféns, busca e salvamento em meio rural ou aquático, situações que envolvam meio de transporte aéreos, operações que envolvam tomada de cidade pelo novo cangaço, entre outras.

O policial militar da Companhia Independente de Operações Policiais em Área de Caatinga (Ciopac) concluiu seus relatos agradecendo a Deus, a família e a todos que tornaram possível a sua formação, a exemplo dos amigos da Ciopac e do Comando de Operações Especiais/PMSE, sem esquecer do Bope/PMDF, Bope/PMBA E Bope/PMRJ.

Diego da Silva Santos, 36 anos, ingressou na Polícia Militar de Sergipe em 2015, por meio do Curso de Formação de Soldados. Desde dezembro do ano passado ele faz parte da Companhia de Caatinga sergipana, quando concluiu o IX Curso de Operações Policiais em Área de Caatinga. No intervalo de nove meses, Silva Santos concluiu com êxito dois dos cursos mais difíceis do Brasil. Em 2011, servindo ao Exército Brasileiro, o militar participou da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, uma das maiores missões de paz que o país já contribuiu.

O major Fabrício Almeida, comandante da Ciopac, agradeceu ao comandante-geral, coronel Marcony Cabral, pelo apoio concedido a mais um integrante da PMSE em uma qualificação tão importante. “É uma vitória compartilhada por todos nós, e agradecemos ao comandante-geral que oportunizou ao soldado participar dessa especialização, aumentando os conhecimentos em doutrinas que possibilitarão um melhor posicionamento em ocorrências de alta complexidade, bem como propagar os conhecimentos para demais militares da Corporação”, ressaltou o oficial.